ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR EPILEPSIA EM CRIANÇAS DA REGIÃO SUDESTE NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico caracterizado por crises convulsivas recorrentes e não provocadas, resultantes de descargas elétricas anormais no cérebro. Esta condição afeta todas as faixas etárias, com uma incidência na infância superior ao dobro observada na idade adulta, e pode levar a internações devido ao potencial de impacto e agravamento. OBJETIVO: Analisar e descrever a epidemiologia das internações por epilepsia em crianças na região Sudeste do Brasil, no período de 2019 a 2023. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo, que analisa internações por epilepsia em crianças de até 14 anos na região Sudeste, entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) via plataforma DATASUS, considerando variáveis como região/unidade federativa, ano/mês de processamento, faixa etária, sexo, cor/raça, valor total e caráter do atendimento. A análise foi realizada com o auxílio do Microsoft Excel, e os resultados foram apresentados em tabelas e gráficos no Microsoft Word. RESULTADOS: Foram registradas 37.342 internações por epilepsia em crianças até 14 anos na região Sudeste durante o período estudado. O número máximo de internações ocorreu em 2022, com 8.165 casos, enquanto 2020 teve o menor registro, com 6.638 casos. São Paulo apresentou o maior número de internações (19.901), enquanto o Espírito Santo teve o menor (2.565). A prevalência foi maior entre crianças do sexo masculino (55,37%) e na faixa etária de 1 a 4 anos (41,65%). A maioria dos casos foi registrada entre indivíduos autodeclarados pardos (43,83%). O custo total das internações foi de R$ 36.184.815,19, e 93,7% dos atendimentos foram de urgência. CONCLUSÃO: As internações são mais frequentes entre crianças de 1 a 4 anos, do sexo masculino e pardas, residentes em São Paulo. É essencial garantir acesso médico precoce, promover a conscientização sobre a epilepsia e fornecer apoio multidisciplinar, visando reduzir as internações e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas.