OS EFEITOS DA ADENOMIOSE UTERINA NA INFERTILIDADE FEMININA
DOI:
https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.242Palavras-chave:
Adenomiose, Doenças Endometriais, Infertilidade, Infertilidade FemininaResumo
A adenomiose uterina é uma condição ginecológica caracterizada pela presença de tecido endometrial dentro da parede muscular do útero, que pode causar alterações na estrutura e na função do útero. Este distúrbio tem se mostrado uma causa significativa de infertilidade feminina, impactando negativamente a capacidade de concepção e a manutenção da gravidez. Entre os principais efeitos da adenomiose na infertilidade feminina estão a distorção anatômica do útero, que pode prejudicar a implantação do embrião e aumentar o risco de abortamento espontâneo. A condição também está associada a alterações na vascularização uterina, que podem comprometer a nutrição do embrião e afetar o desenvolvimento da placenta. Além disso, a adenomiose pode levar à inflamação crônica e alteração na motilidade uterina, fatores que interferem negativamente na concepção e no progresso da gravidez. Assim, tendo em vista a recorrência da adenomiose uterina, aliada ao risco visível de infertilidade feminina, justifica-se o presente estudo, que objetiva avaliar os efeitos da adenomiose uterina no processo de concepção. Para a construção da pesquisa, foi realizada uma revisão literária, por meio da coleta de artigos de revisão da literatura e originais, publicados nos últimos 14 anos, em língua inglesa e portuguesa, nas principais bases de dados, como SciELO e PubMed. Com a coleta e análise das literaturas recentes, percebeu-se que a adenomiose apresenta papel importante na ocorrência da infertilidade feminina. Embora os mecanismos de afecção sejam pouco esclarecidos, a etiologia da adenomiose pode se relacionar a traumas, processos de metaplasias ou, ainda, fatores hormonais, que dificultam a implantação do embrião, processo conhecido como nidação, na parede endometrial. Isso permite compreender a importância do diagnóstico precoce da adenomiose, aliada ao tratamento eficaz, principalmente se valendo de métodos conservadores, o que aumenta a possibilidade de concepção feminina, amplia a qualidade gestacional materno-fetal, além de minimizar os riscos de abortos ou prematuridade.
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