OS EFEITOS DO NÍVEL DE SEDAÇÃO NA RECUPERAÇÃO DE PACIENTES SUBMETIDOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA NA UTI

Autores

  • Rayssa Almeida Nogueira Centro Universitário Redentor
  • Ester Bastos de Paula Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0009-0009-3612-9571
  • Estela Faria Ribeiro Centro Universitário Redentor
  • Victoria Figueiredo Boniolo Hospital São Vicente de Paulo https://orcid.org/0009-0007-7706-0748
  • Maria Aparecida Jacinto da Silva Centro Universitário Redentor
  • João Vitor Resende Martinez Centro Universitário Redentor
  • Giovanna Barbosa Martins AFYA Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga
  • Deborah Valentim Almeida Muzi Centro Universitário Redentor
  • Vinícius Carvalho Miranda Viana Centro Universitário Redentor
  • Lavínia Lages Almeida Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0000-0001-9711-1468
  • Fabiene de Melo Morando Centro Universitário Redentor
  • Maria Eduarda Pereira Simões Faculdade São Lucas
  • Thiago Custodio da Silva Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0009-0008-6250-4227

DOI:

https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.245

Palavras-chave:

Recuperação, Sedação Moderada, Sedação Profunda, Unidade de Terapia Intensiva, Ventilação Mecânica

Resumo

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente destinado ao cuidado intensivo de pacientes críticos no contexto hospitalar, em alto nível de complexidade. Grande parte dos pacientes admitidos nesse setor necessitam de técnicas de suporte ventilatório, e uma das principais medidas adotadas é a ventilação mecânica invasiva (VMI), por meio da intubação orotraqueal (IOT). Aliada à IOT, uma estratégia fundamental que visa trazer maior conforto e estabilidade ao paciente é a sedação, que, embora evite o processo de extubação não planejada, pode prolongar o período de permanência em ventilação mecânica, o tempo de internação, além de aumentar, indiscutivelmente, a taxa de mortalidade do paciente no cenário da UTI. Diante disso, tendo em vista o alto uso, por vezes indiscriminado, de sedativos no ambiente da terapia intensiva, a necessidade ventilatória dos pacientes hospitalizados e os danos pulmonares decorrentes da incorreta aplicação de drogas sedativas, que pode aumentar os riscos de óbito, justifica-se a importância do presente estudo, com o objetivo centrado na análise dos impactos do grau de sedação, por meio da interpretação conjunta da escala de RASS e do escore SOFA, no processo de recuperação dos pacientes sob ventilação mecânica invasiva no ambiente da UTI. Para a confecção do projeto, foi realizada uma revisão bibliográfica, utilizando-se artigos originais, publicados em inglês e português, nos últimos 22 anos, nas principais bases de referência, como SciELO, PubMed e MedLine, a fim de garantir maior confiabilidade ao estudo e aos dados apresentados. Foi possível perceber, com a análise minuciosa dos projetos, que pacientes submetidos à sedação em VMI, utilizando a dose mínima necessária para garantir a estabilidade clínica (RASS -1 e -2), apresentaram desmame ventilatório satisfatório, recuperação mais rápida e tempo de internação reduzido. Em contrapartida, os pacientes que foram submetidos a um grau de sedação intermediário (RASS -3) necessitaram de maior tempo de internação hospitalar e tiveram ampliados os riscos de morbimortalidade. E os pacientes que receberam sedação profunda (RASS -4 e -5), apresentaram alto risco de permanência no ambiente hospitalar, maior risco de aquisição de infecção hospitalar e de pneumonia associada à ventilação mecânica, além de taxas de óbito atingindo, aproximadamente, 60% dos pacientes hospitalizados. Ademais, percebeu-se que, quanto maior o período de internação no ambiente da terapia intensiva, pior o prognóstico segundo o escore SOFA, tendendo, o paciente, a evoluir com significativa disfunção orgânica com o decorrer dos dias de permanência hospitalar. Foi possível concluir, portanto, que a função pulmonar se apresentou reduzida em pacientes submetidos à VMI com alto grau de sedação, de forma diretamente proporcional ao tempo de internação hospitalar, o que comprometeu, consideravelmente, o retorno à ventilação espontânea. Outrossim, a sedação prolongada se mostrou como um dos principais fatores de risco para a elevação das taxas de morbimortalidade no serviço de alta complexidade, além de contribuir para o quadro de disfunção orgânica. Com isso, deve-se, impreterivelmente, optar pelo menor nível de sedação capaz de conferir estabilidade ao paciente crítico que, não só garante maior segurança, como melhora os índices de recuperação no ambiente da terapia intensiva.

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Publicado

2024-09-21

Edição

Seção

Ciências da Saúde