FRATURA COM GRANDE ABERTURA DO ANEL PÉLVICO SEM INSTABILIDADE HEMODINÂMICA: ESTUDO OBSERVATÓRIO

OBSERVATORY STUDY

Autores

  • Mariana Moisés Maluf Universidade Federal do Triângulo Mineiro- UFTM- MG
  • Fernanda Ferreira Gouveia Universidade Federal do Tocantins UFT-TO
  • Lorena Pedro de Oliveira Faculdade Santa Marcelina - Unidade Itaquera-SP
  • Luiz Otávio Souza Amador Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ -Campus Macaé-RJ
  • Breno Kevin Noronha Oliveira Centro universitário de Goiatuba - Unicerrado
  • Kevin Silva Moreira Universidade Estadual de Goiás-UEG- Itumbiara-GO
  • Ana Carolaine de Souza Lima Universidade Nilton Lins
  • Gyanna Karla Bandeira Brandão Universidade CEUMA -Campus Imperatriz
  • Maria Eduarda Machado Diniz Santiago Centro Universitário Atenas -UniAtenas - Paracatu -MG
  • Julia Almeida Saadi Universidade Luterana do Brasil- ULBRA Canoas- RG
  • Ednei Fernando dos Santos Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL - SP

DOI:

https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.250

Palavras-chave:

trauma de pelve abertura de anel pélvico; fratura em livro aberto; classificação de Young e Burgess

Resumo

Fraturas pélvicas, geralmente resultantes de traumas de alta energia como acidentes automobilísticos e quedas, estão associadas a significativa morbimortalidade devido à possibilidade de sangramento retroperitoneal e risco de óbito imediato. Indicadores clínicos de lesão pélvica incluem uretrorragia, dor abdominal, equimose perineal e elevação prostática ao toque retal, enquanto lesões geniturinárias ocorrem em até 15% dos casos, especialmente em fraturas anteriores. A sondagem vesical é contraindicada nesses casos, sendo necessária uma uretro-cistografia retrógrada. A estabilização rápida com fixadores externos, associada aos protocolos de atendimento do ATLS, desempenha um papel fundamental na redução da morbimortalidade. Fraturas pélvicas instáveis demandam intervenções imediatas para evitar complicações fatais. Este estudo analisa um caso de trauma pélvico em um paciente de 47 anos, vítima de colisão entre motocicleta e automóvel. O paciente foi admitido sem perda de consciência, recebendo reposição volêmica e analgesia durante o transporte. Os exames revelaram fraturas bilaterais de punho, fratura pélvica combinada e luxação de joelho. No quinto dia, edema e hematoma em grandes lábios foram observados, sem sangramento. A fratura pélvica apresentou uma abertura de 7,3 cm na sínfise púbica, mas sem instabilidade hemodinâmica, caracterizando uma fratura de alta gravidade, conforme a classificação de Young e Burgess, que considera aberturas superiores a 2,5 cm como indicativas de lesões severas. Apesar disso, o paciente estava clinicamente estável, permitindo uma fixação programada e maior tempo para planejamento cirúrgico. Fraturas pélvicas em traumas de alta energia requerem manejo cuidadoso e precoce, e a aplicação de protocolos como o ATLS favorece um prognóstico mais positivo. A conduta clínica de emergência, especialmente em fraturas complexas, é fundamental, embora os exames de imagem sejam indispensáveis para verificar instabilidade pélvica e classificar as fraturas. O diagnóstico de fraturas pélvicas exige investigação ativa de lesões associadas e controle rigoroso de possíveis hemorragias retroperitoneais.

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Publicado

2024-10-11

Edição

Seção

Ciências da Saúde