CORRELAÇÃO FISIOPATOLÓGICA ENTRE DISBIOSE INTESTINAL E DOENÇA DE ALZHEIMER: UMA REVISÃO LITERÁRIA

Resumo

Introdução:  A microbiota intestinal apresenta cerca de 100 trilhões de células microbianas, abrangendo 95% dos microrganismos simbióticos que residem o corpo humano. Acredita-se que os metabólitos produzidos pelo microbioma intestinal influenciam a comunicação intestino-cérebro. Assim, destaca-se o fenômeno de disbiose e suas possíveis implicações na fisiopatologia de diversas doenças, como a Doença de Alzheimer (DA). Métodos: Buscou-se no PubMed e Embase, com os descritores “Alzheimer Disease”, “Dysbiosis”, “Brain-Gut Axis”, “Gastrointestinal Microbiome”. Resultados: Encontrou-se 233 artigos, triados na plataforma Rayyan com base em título (n = 116), resumo (n = 39) e leitura completa do artigo (n = 6). Discussão: O eixo microbiota-intestino-cérebro compreende um sistema de comunicação bidirecional entre os centros cognitivos do cérebro. Existem diversas rotas entre esses órgãos, sendo que sua disfunção ou interrupção pode afetar a motilidade e secreção intestinal. Especificamente na DA, percebeu-se que ocorre alteração da microbiota com aumento de bactérias pró-inflamatórias e diminuição das anti-inflamatórias, gerando assim prejuízo na permeabilidade do trato gastrointestinal. Nesse contexto, estudos sugerem que a presença de variações imunoinflamatórias em pacientes com comprometimento cognitivo leve e DA seriam responsáveis por formar espécies reativas de oxigênio, resultando em neuroinflamação e morte celular. Conclusão: A disfunção do eixo microbiota-intestino-cérebro, relacionada à disbiose intestinal, tem sido associada à cascata patológica da DA. Nesse sentido, a microbiota intestinal e suas substâncias sintetizadas tornam-se possíveis alvos terapêuticos, sendo necessário elucidar a correlação entre disbiose e doença de alzheimer por meio de novas pesquisas.