OS IMPACTOS DA ECLÂMPSIA NA MORTALIDADE MATERNO-FETAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA
DOI:
https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.244Palavras-chave:
Eclâmpsia, Gestação, Mortalidade Fetal, Mortalidade MaternaResumo
A eclâmpsia é uma complicação grave da gravidez caracterizada por convulsões e hipertensão arterial, que pode ameaçar a saúde da mãe e do bebê se não for tratada prontamente. Embora relativamente rara, a doença afeta cerca de 1 a 2 mulheres em cada 1.000 gravidezes, e seu quadro clínico é marcado por convulsões, hipertensão severa e sinais de dano a órgãos, frequentemente precedido por uma pré-eclâmpsia. A prevenção da doença é possível, mediante o monitoramento regular da pressão arterial e uso de medicamentos como aspirina em gestantes de alto risco. Diante disso, tendo em vista a possibilidade de prevenção da doença, bem como seu tratamento em caso de diagnóstico precoce, além da elevada taxa de mortalidade associada à eclâmpsia, que gera irreparáveis danos à mãe e ao feto, justifica-se o presente estudo, que objetiva avaliar os impactos da eclâmpsia na mortalidade materno-fetal. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se artigos originais e de revisão, publicados em inglês, português e espanhol, nos últimos 23 anos, nas principais bases de dados de referência teórica, como SciELO e PubMed, a fim de garantir maior confiabilidade ao estudo. Percebeu-se que a eclâmpsia apresenta um alto risco de mortalidade para a gestante e para o recém-nascido, por meio de complicações graves, como hemorragias cerebrais e insuficiência renal ou restrição de crescimento e prematuridade, respectivamente. A prevenção da eclâmpsia envolve diferentes métodos, como o controle pressórico rigoroso e o uso de aspirina em grávidas de alto risco. Além disso, o tratamento consiste na administração de anti-hipertensivos e sulfato de magnésio, que auxilia na prevenção de convulsões. Os corticosteroides também são uma opção terapêutica ao ajudar na maturação pulmonar fetal e redução do risco de complicações neonatais pela prematuridade, além de melhorar a função placentária e aliviar sintomas associados à doença. Ainda, em casos graves, a antecipação do parto é uma opção que visa proteger a saúde materna e fetal. Assim, é imprescindível o reconhecimento precoce da eclâmpsia, que não só facilita o tratamento e melhora o prognóstico clínico, como reduz os riscos de complicações materno-fetais e mortalidade associados à doença.
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