Conceitos de saúde e doença e a importância da relação médico-paciente: uma análise do filme “Um Golpe do Destino”
DOI:
https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.51Palavras-chave:
saúde, doença, relação médico-paciente, empatiaResumo
Introdução: A saúde é definida como situação de perfeito bem-estar mental, físico e social. Ocorre que o ser humano não é um “conjunto de caixas”, mas uma “caixa” única, com aspectos interligados de forma que não se pode separá-los. O filme “Um golpe do destino” (The Doctor), traz isso de forma intrigante. Objetivo: Discutir as diferenças na visão do que é uma doença e um doente para o médico e para o paciente, bem como a importância e a relevância que a empatia tem ao conseguir, de alguma forma, unificar esses conceitos, proporcionando uma melhor experiência para ambos, à luz do filme “Um golpe do destino”. Metodologia: Análise sistemática do filme “Um golpe do destino” (The Doctor, 1991) somada à revisão narrativa da literatura acerca das visões a respeito da doença e seu nexo com a relação médico-paciente. Foram realizadas pesquisas nas bases de dados eletrônicas “PubMed” e “Scielo”, utilizando os descritores (“ilness” AND “doctor” AND “vision” OR “adoecer” AND “empathy” “medical education”). Para inclusão, foram considerados os que permeavam os tópicos definidos para discussão: a doença na visão do médico; a doença na visão do paciente; a importância da empatia na relação médico-paciente; a importância da empatia na educação médica. Resultados e discussão: Feito Jack McKee, no início de “Um golpe do destino”, demonstra acreditar que seu papel como médico é apenas "entrar, consertar e sair" algo que estava errado, isto é, doente. Visão essa que perdurou por muito tempo na humanidade, caracterizando o conceito de doença na medicina tradicional. Entretanto, ao analisar a visão do paciente no que tange sua doença, ou até mesmo do próprio médico, este de forma implícita, percebe-se que a doença não é apenas uma falta de saúde, mas envolve identidade, linha do tempo, consequência, causa e cura. A relação médico-paciente pautada na escuta ativa e na empatia permite a abordagem de todos esses aspectos, o que é refletido na melhor e maior adesão do paciente no tratamento, bem como numa melhor qualidade de vida e de trabalho para ambos. Conclusão: É essencial que o médico abranja cada aspecto presente na “caixa” do paciente. Para isso, a empatia deve ser abordada de forma que esse se sinta o mais confortável possível para relatar suas queixas. Assim, o médico também será recompensado ao saber que cumpriu seu papel com primazia e excelência.
Referências
BORUCHOVITCH, Evely; MEDNICK, Birgitte R.. The meaning of health and illness: some considerations for health psychology. Psico-USF, Itatiba, v.7, n.2, p.175-183, Dec. 2002. doi: 10.1590/S1413-82712002000200006
COSTA, Fabrício Donizete da; AZEVEDO, Renata Cruz Soares de. Empatia, relação médico-paciente e formação em medicina: um olhar qualitativo. Rev Bras Educ Med, v. 34, n. 2, p. 261-269, 2010.
E. SMITH, Karen; J. NORMAN, Greg; DECETY, Jean. The complexity of empathy during medical school training: Evidence for positive changes. Medical education, [s.l.], 2017. doi: 10.1111/medu.13398.
FERREIRA, Debora Carvalho et al. A experiência do adoecer: uma discussão sobre saúde, doença e valores. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro , v. 38, n. 2, p. 283-288, Jul 2014.
MUCCIOLI, Cristina et al. A humanização da medicina. Arq Bras Oftalmol, v.70, n.6, p.897, 2007.
PAIVA, Antonio Henrique et al. Avaliação da Empatia nos Médicos Residentes do Hospital Universitário Alzira Velano em Alfenas, Minas Gerais. Rev. bras. educ. med., Brasília, v.43, n.1, supl.1, p.296-304, 2019. doi: 10.1590/1981-5271v43suplemento1-20190052.
PALMEIRA, Amanda Barros Pereira; GEWEHR, Rodrigo Barros. O lugar da experiência do adoecimento no entendimento da doença: discurso médico e subjetividade. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro , v. 23, n. 8, p. 2469-2478, ago. 2018 . doi: 10.1590/1413-81232018238.15842016.
SEGRE, Marco; FERRAZ, Flávio Carvalho. O conceito de saúde. Rev Saúde Pública, São Paulo, v.31, n.5, p.538-542, Oct. 1997. doi: 10.1590/S0034-89101997000600016
SON, Daisuke et al. Communication skills training and the conceptual structure of empathy among medical students. Perspectives on medical education , [s. l.], 2018. doi: 10.1007/s40037-018-0431-z.
TEIXEIRA, Marcus Zulian. Bases psiconeurofisiológicas do fenômeno placebo-nocebo: evidências científicas que valorizam a humanização da relação médico-paciente. Rev Assoc Med Bras, v. 55, n. 1, p. 13-8, 2009.
VIEIRA, Maria Cristina Umpierrez; MARCON, Sonia Silva. Significados do processo de adoecer: o que pensam cuidadoras principais de idosos portadores de câncer. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.42, n.4, p.752-760, Dez. 2008. doi: 10.1590/S0080-62342008000400019
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Rafaella Oliveira Dias, Ana Luiza Briere, Emanuel Guimarães Cardoso, Luiza Novaes Carvalho, Rafaella Oliveira Dias, Carolina da Mata Oliveira, Maria Carolina Jorge Albernaz , Maria Fernanda Araujo Barbosa Lima , Leticia Saldanha Camargos Aires , Laryssa Ramos Pino de Souza , Larissa Rodrigues de Almeida Rego Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado , prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas . Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.