ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR DOENÇA DIVERTICULAR EM MULHERES NO CENTRO-OESTE DO BRASIL (2002-2022)
DOI:
https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.150Palavras-chave:
Doença diverticular, Doenças inflamatórias intestinais, DiverticuliteResumo
INTRODUÇÃO: A doença diverticular (DD) é caracterizada pela formação de divertículos, protrusões da mucosa na camada muscular dos cólons descendente e sigmoide. Diante da alta taxa de incidência de DD e da falta de estudos focados no Centro-Oeste brasileiro e, sobretudo, na população feminina, é essencial realizar uma análise epidemiológica dos óbitos desse perfil de paciente. OBJETIVO: Analisar óbitos de mulheres por DD no Centro-oeste do Brasil de 2002 a 2022. METODOLOGIA: É um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes aos óbitos de 2002 a 2022 em mulheres do Centro-oeste. Utilizou-se as variáveis raça/cor, faixa etária, número de óbitos por residência, escolaridade, estado civil e ano do óbito. Dados tabulados e analisados pela estatística descritiva no Excel. O estudo adere às diretrizes éticas da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e dispensa aprovação dos Comitês de Ética, pois usa dados públicos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período analisado houve 1.446 óbitos femininos. Os grupos mais afetados foram etnia branca (59,2%), viúvas (44%), com 80 anos ou mais de idade (39,7%) e com 4-7 anos de escolaridade(n=318), seguidas por aquelas com 1-3 anos de estudo (n=302) e nenhuma escolaridade (n=255). Todavia, a mortalidade diminui conforme o nível de escolaridade aumenta, exemplo da escolaridade de 8-11 e 12 anos ou mais, com 192 e 93 casos, respectivamente. Ademais, o ano de 2022 registrou mais casos (n=160) com tendência de aumento. Goiás foi o estado com mais mortes (48,4%), e o Distrito Federal com menos (15,1%), evidenciando a disparidade regional ainda mal compreendida. CONCLUSÃO: Os resultados mostram maior mortalidade entre mulheres brancas, viúvas e idosas do estado de Goiás. A baixa escolaridade está relacionada à maior mortalidade. O aumento progressivo de óbitos indica urgência de melhoria na prevenção, diagnóstico e tratamento.
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