OS IMPACTOS DA HIPERTROFIA ADENOIDEANA NA QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO PEDIÁTRICA

Autores

  • Rayssa Almeida Nogueira Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0000-0002-5998-6367
  • Rodrigo Figueiredo Boniolo Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0000-0001-5984-0766
  • João Vitor Resende Martinez Centro Universitário Redentor
  • Giovanna Barbosa Martins AFYA Faculdade de Ciências Médicas de Ipatinga
  • Lavínia Lages Almeida Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0000-0001-9711-1468
  • Estela Faria Ribeiro Centro Universitário Redentor
  • Fabiene de Melo Morando Centro Universitário Redentor
  • Maria Eduarda Pereira Simões Faculdade São Lucas
  • Valeska Nunes Portes Centro Universitário Redentor
  • Ana Clara Mello Ferreira Centro Universitário Redentor
  • Giovanna Palmeira Gonçalves Centro Universitário Redentor https://orcid.org/0009-0006-2937-5609
  • Alice Ornelas Ribeiro Centro Universitário Redentor
  • Pedro Henrique Garcia Couto Martins Centro Universitário Redentor

DOI:

https://doi.org/10.36557/pbpc.v3i2.246

Palavras-chave:

Adenoide, Adenoidectomia, Hipertrofia Adenoideana, Pediatria, Respiração

Resumo

A adenoide é um tecido linfoide localizado na nasofaringe, atrás do palato mole, que desempenha um papel essencial no sistema imunológico, especialmente durante a infância. Estruturalmente, é uma massa de tecido semelhante a um nódulo que ajuda a proteger as vias aéreas superiores contra patógenos. Fisiologicamente, a adenoide contribui para a defesa imunológica, capturando e neutralizando microorganismos que entram pelas vias respiratórias. No entanto, a hipertrofia adenoideana, que ocorre quando a adenoide se torna excessivamente aumentada, pode levar a obstruções nas vias aéreas, resultando em dificuldades respiratórias, apneia do sono e outras complicações. Diante disso, tendo em vista a recorrência dessa condição clínica, bem como a evolução do quadro, predispondo às infecções de repetição, justifica-se o presente estudo, que objetiva avaliar os impactos da hipertrofia adenoideana na qualidade de vida da população pediátrica. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando artigos originais e de revisão, publicados nos últimos 16 anos, em inglês e português, nas principais bases de referência de dados, como SciELO e PubMed, a fim de garantir confiabilidade às informações apresentadas. Percebeu-se, com o estudo, que a hipertrofia adenoideana é uma condição capaz de acometer até 50% da população pediátrica em faixa etária de maior prevalência (2 a 8 anos). Além disso, seu diagnóstico envolve uma análise clínica detalhada, com história pregressa sugestiva e exames auxiliares, como a radiografia cefalométrica e nasofibroscopia. Quando diagnosticada precocemente e em graus leves, essa condição pode ser reparada com o uso de medicações corticosteróides nasais, anti-histamínicos e descongestionantes, que minimizam os sintomas obstrutivos e diminuem a reação alérgica. Por sua vez, quando em graus mais elevados, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, por meio de adenoidectomia, que, embora apresente caráter invasivo, possui excelentes resultados clínicos. No entanto, a longo prazo, a hipertrofia adenoideana pode gerar consequências deteriorantes à qualidade de vida da população pediátrica, aumentando a ocorrência de infecções de repetição, como rinossinusites e otites médias, além de levar à apneia obstrutiva do sono por dificuldade respiratória. Além disso, os transtornos do sono geram constante hiperatividade, irritabilidade e dificuldade de concentração, comprometendo o desenvolvimento físico, motor e intelectual da criança. Assim, o diagnóstico precoce tem se mostrado fundamental para um reestabelecimento clínico apropriado, evitando as complicações relacionadas à hipertrofia adenoideana, permitindo uma remissão do quadro e, principalmente, garantindo qualidade de vida à população pediátrica.

Referências

ALMEIDA, J. P.; COSTA, M. R. Imunologia da adenoide: funções e relevância clínica. São Paulo: Editora Saúde, 2017.

BARBOSA, Marcelo de Castellucci et al. Avaliação da radiografia cefalométrica lateral como meio de diagnóstico da hipertrofia de adenóide. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, v. 14, p. 83-91, 2009.

BAST, F. K.; CALHOUN, K. H. Adenoidal hypertrophy and its role in pediatric rhinosinusitis. Otolaryngology Clinics of North America, v. 50, n. 2, p. 545-557, 2017.

BLOMQUIST, C. et al. Long-term outcomes of adenoidectomy in children with otitis media with effusion. The Laryngoscope, v. 125, n. 5, p. 1222-1228, 2015.

BLUESTONE, C. D.; KLEIN, J. O. Otitis media in infants and children. PMPH-USA, 2018.

BROWNING, J.; PATEL, A.; SMITH, D. The impact of adenoid hypertrophy on pediatric sleep disorders and quality of life. Sleep Medicine Reviews, v. 49, 2020.

CAMPOS, G. A.; MENDONÇA, P. C. A fisiopatologia da hipertrofia adenoideana e suas complicações clínicas. Jornal Brasileiro de Otorrinolaringologia, v. 87, n. 3, 2021.

CAMPOS, L. R.; OLIVEIRA, M. A. Anatomia funcional das tonsilas faríngeas e sua relevância clínica. Revista de Anatomia Aplicada, v. 5, n. 3, 2021.

CARVALHAL, Maria Lucia; CASTAGNO, Lúcio A. Hipertrofia da amígdala faríngea: clínica e cirurgia. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, p. 16-19, 1986.

DAWOOD, F.; MORRIS, P. Adenoid hypertrophy and chronic rhinosinusitis in children: current concepts. Pediatric Respiratory Reviews, v. 26, 2018.

FAN, E.; BRODIE, D.; SLUTSKY, A. S. Acute Respiratory Distress Syndrome: Advances in Diagnosis and Treatment. JAMA, v. 319, n. 7, p. 698-710, 2017.

FELDMAN, R. et al. Intranasal corticosteroids in the treatment of adenoidal hypertrophy: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Pediatrics, v. 122, n. 5, p. 1213-1219, 2008.

FERNANDES, M. T.; SILVA, J. S. Otite média crônica e sua associação com a hipertrofia adenoideana em crianças. Revista de Saúde Infantil, v. 12, n. 1, 2022.

FERREIRA, P. M.; ALMEIDA, R. F. Complicações respiratórias associadas à hipertrofia adenoideana em pacientes pediátricos. Arquivos de Otorrinolaringologia Clínica, v. 9, n. 2, 2020.

FREITAS, C. A.; SILVA, J. G. Desenvolvimento do sistema imune em crianças: a importância da adenoide nas respostas precoces. Revista Pediátrica Brasileira, v. 7, n. 1, 2020.

GOMES, P. S.; AMARAL, M. M.; SOUZA, F. T. Ventilação mecânica e sedação em UTI: abordagens e desfechos clínicos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 32, n. 1, p. 34-42, 2020.

GORDON, P. R.; GRANT, B. Clinical outcomes of tracheostomy: A review of the literature. Respiratory Medicine, v. 117, p. 34-42, 2016.

JEFFERSON, Yosh. Mouth breathing: adverse effects on facial growth, health, academics, and behavior. General Dentistry, v. 58, n. 1, p. 18-25, 2010.

JUNIOR, J. M.; COSTA, R. M. Radiografia de cavum versus nasofibroscopia: comparação de métodos para o diagnóstico de hipertrofia adenoideana em crianças. Arquivos de Otorrinolaringologia, v. 75, n. 3, 2017.

KACMAREK, R. M.; STOLLER, J. K.; HEUER, A. J. Egan's Fundamentals of Respiratory Care. 11th ed. Elsevier, 2017.

LEVY, J. M.; MARINO, M. J.; MCCOUL, E. D. Adenoid hypertrophy and chronic rhinosinusitis in children: a systematic review and meta-analysis. The Laryngoscope, v. 129, n. 2, p. 409-416, 2019.

LIMA, G. R.; SANTOS, P. R.; CARVALHO, F. S. Facies adenoideana e suas implicações no desenvolvimento infantil: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Pediatria, v. 95, n. 1, 2019.

LINS, R. B.; SOUZA, J. P.; MENEZES, T. P. Adenoidectomy: postoperative complications and patient follow-up. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 86, n. 6, p. 679-684, 2020.

MARTINS, F. J.; OLIVEIRA, M. A.; COSTA, M. P. Nasofibroscopia como método diagnóstico de hipertrofia adenoideana em pacientes pediátricos com obstrução nasal. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 84, n. 4, 2018.

MARTINS, L. M.; OLIVEIRA, F. C. Qualidade de vida e distúrbios do sono em crianças com hipertrofia adenoideana. Jornal de Pediatria, v. 95, n. 1, 2019.

MORICE, A. et al. Treatment of hypertrophic adenoids in children with intranasal corticosteroids: a systematic review. Cochrane Database of Systematic Reviews, 11, CD013245, 2017.

PAPAZIAN, L.; AUBRON, C.; BROCHARD, L. et al. Formal guidelines: management of acute respiratory distress syndrome. Intensive Care Medicine, v. 42, n. 5, p. 703-716, 2016.

PEREIRA, J. L.; MENEZES, A. F. Impactos clínicos da hipertrofia adenoideana na infância. Rio de Janeiro: Editora Médica, 2020.

PEREIRA, L. M.; SANTOS, G. S. Indicações de adenoidectomia e resultados clínicos em crianças com hipertrofia de adenoide e apneia obstrutiva do sono. Journal of Pediatric Surgery, v. 55, n. 6, 2021.

PEREIRA, R. M.; MENDES, J. F. Adenoidectomia: indicações e resultados clínicos. Porto Alegre: Editora Hospitalar, 2020.

ROCHA, L. M.; OLIVEIRA, J. R. Prevalência e fatores de risco da hipertrofia adenoideana em crianças: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Pediatria, v. 94, n. 2, 2020.

SALES, L. B.; COSTA, D. J.; LIMA, M. A. Allergic rhinitis and its association with adenoid hypertrophy in children. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 85, n. 2, p. 191-195, 2019.

SANTANA, T. R.; OLIVEIRA, L. F. Produção de imunoglobulina A pela adenoide: um estudo sobre sua função imunológica em crianças. Revista de Imunologia Pediátrica, v. 11, n. 4, 2022.

SANTOS, A. B.; MENEZES, P. T. Alterações faciais associadas à respiração oral em pacientes pediátricos com hipertrofia adenoideana. Revista de Saúde Infantil, v. 12, n. 2, 2018.

SANTOS, F. P.; OLIVEIRA, M. C. Fisiopatologia da hipertrofia adenoideana em crianças: uma revisão sistemática. São Paulo: Editora Saúde, 2018.

SHAH, R. K.; DABROWSKI, N.; GRADY, J. Prevalence of adenoid hypertrophy in children with nasal obstruction. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v. 123, 2019.

SILVA, A. L.; SANTOS, T. F. Desenvolvimento e involução das tonsilas faríngeas: uma revisão clínica. Rio de Janeiro: Editora Médica, 2019.

SILVA, A. P.; ROCHA, J. M. Adenoid hypertrophy and its impact on sleep quality in children. Journal of Pediatric Sleep Disorders, v. 14, n. 2, 2020.

SILVA, J. A.; PEREIRA, R. F. Impactos respiratórios e cognitivos da hipertrofia adenoideana em crianças. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 86, n. 4, 2020.

SILVA, R. A.; AMARAL, M. M. Desmame ventilatório em pacientes críticos: estratégias e complicações. Journal of Intensive Care, v. 45, n. 2, p. 98-105, 2019.

SILVA, R. A.; FERREIRA, J. C.; SOARES, M. S. Otites médias recorrentes em crianças com hipertrofia adenoideana. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, v. 86, n. 4, p. 499-506, 2020.

SILVA, R. L.; ALMEIDA, M. T. Epidemiologia da hipertrofia adenoideana na infância. São Paulo: Editora Saúde, 2019.

SOUZA, F. P.; FERRAZ, C. S. Hipertrofia adenoideana e suas complicações em crianças. Revista Brasileira de Pediatria, v. 94, n. 2, 2018.

SOUZA, F. P.; MENEZES, A. L. Papel imunológico da adenoide na primeira infância: uma revisão atualizada. Jornal Brasileiro de Otorrinolaringologia, v. 85, n. 2, 2019.

VINCENT, J. L. et al. The SOFA (Sepsis-related Organ Failure Assessment) score to describe organ dysfunction/failure. Intensive Care Medicine, v. 22, n. 7, p. 707-710, 2016.

Downloads

Publicado

2024-09-23

Edição

Seção

Ciências da Saúde